- Gazeta Mercantil News -
Piece of news on Portuguese coffee roaster Delta Cafés expanding its market share in Brazil and South America.Depois de testar o mercado brasileiro a partir da rede de cafeterias Deltaexpresso, instalada no Recife em 2004, o grupo português Delta Cafés, fundado há 47 anos e dono de 40% do mercado de cafés gourmet em Portugal, ganhou impulso para abrir novas cafeterias e ampliar a distribuição do seu café não só em outras capitais do Brasil mas também na América Latina. "Bastam aparecer oportunidades e demandas de mercado", diz o auditor mundial da Delta Cafés, o português João Sarnadas, em visita ao Brasil. Ainda neste semestre, serão abertas mais duas cafeterias no Nordeste e, a partir de 2009, cinco pontos em São Paulo, três no Rio de Janeiro, dois em Brasília e mais dois em Salvador, com investimentos da ordem de R$ 1,8 milhão em recursos próprios e franquias.
Segundo pesquisas da Delta Cafés, a cidade do Recife foi escolhida como test drive porque, ao lado de Curitiba, forma o par de melhores representantes da média de preferências e consumo do Brasil. Desde que chegou ao Brasil, há quatro anos, a empresa já abriu cinco lojas e quiosques em shopping centers e uma loja no histórico Bairro do Recife onde concentram-se empresas de tecnologia, bancos e escritórios diversos. Até o final do ano estará pronta uma loja da Deltaexpresso, que servirá de modelo para franquia de rua, dentro do conceito business, não só para o Brasil como para outros países.
À procura de um ponto em Porto de Galinhas, a badalada praia do litoral sul de Pernambuco, a Eurobrasil, sociedade entre a Delta Cafés, um sócio pernambucano e o português João Barbosa que administra a operação brasileira, já planeja criar um novo modelo de loja para chegar aos balneários mais famosos do país. "Vamos adaptar o layout, o cardápio e horários para o clima de praia", diz João Barbosa. A investida em lojas é atrelada à distribuição dos diversos blends dos cafés da Delta, que custam cerca de R$ 80,00 o quilo, bem acima da média nacional de R$ 10,00.
O consumo tem crescido em restaurantes mais refinados do Recife e já começa a ser experimentado em Salvador. São Paulo e Fortaleza serão os próximos alvos. "O Brasil tem uma dimensão continental e queremos aferir se o gosto do paulistano é igual ao do pernambucano, por exemplo. Temos como produzir blends diferentes mantendo a qualidade da marca", diz Barbosa, revelando que o Brasil é um dos principais fornecedores do café usado pela Delta, que também importa de países como Etiópia, Estados Unidos e Tanzânia. O aumento das operações no Brasil implicará no incremento da importação do café pronto para consumo vindo de Portugal e que hoje está ocorrendo pelo Porto de Suape, em Pernambuco. A manutenção dessa logística, segundo Barbosa, dependerá das negociações com o governo do Estado, proprietário de Suape.
Com 22 empresas, a maior parte delas girando em torno do café, o core business do grupo, o empresário Rui Nabeiro, figura influente e carismática em seu país, onde é chamado de "comendador", rege um aglomerado que está presente em 50 países e que, no ano passado, faturou ?1 bilhão. Para este ano, a meta é crescer 10% e alavancar novos negócios como a produção de vinhos finos que também poderão ser trazidos para o Brasil. "Estamos contatando possíveis importadores e já há alguns bem interessados", adianta Sarnadas. A lógica do grupo, segundo ele, é fazer tudo o que for possível. "Aquilo que podemos fazer, os outros não fazem", sintetiza, explicando a verticalização que assume a logística de distribuição, a transportadora de cargas e até um hotel para garantir a hospedagem dos profissionais envolvidos nos negócios.
Grupo familiar, o Delta Cafés tem três mil empregados e mais de 30 mil clientes em Portugal e 50 pontos-de-venda da rede própria de cafeterias Mundo do Café. Começou com a torrefação de café em Campo Mayor, distante 200 quilômetros de Lisboa, e vem conquistando os Estados Unidos, o Canadá e a Espanha onde já detém perto de 5% do mercado, aproximando-se da meta de chegar aos 8%, além de deter outra rede de cafeterias, a Ruby. "Seguindo a filosofia do fundador, não temos pressa em crescer mas sim em manter a qualidade e o bom relacionamento com nossos clientes", diz João Sarnadas.